sábado, 23 de outubro de 2010

Quem dera ser um peixe

Estamos em toque de recolher, guerra quente. Estado de Sito de lavouras arcaicas afirmando-se super modernas, super corretas, super bacanas. E parece que não sentimos as facadas. Estamos em transe, ainda. E parece que hoje é melhor que ontem, e não é? Sim, o agora das TVs de plasma e celular com câmera. A internet ilimitada limitou qualquer interrogação fora do Google. O oráculo da humanidade é o Google, pergunte ao Google, ok?!  E se ainda tiveres dúvida, te conformes. Não podemos saber tudo ou enlouqueceremos.  No filme de Hitchcock, o homem que sabia demais não morreu, mas foi perseguido. Na vida real, temo mesmo a esquizofrenia.  Quero a ignorância de um peixe, esquecer, esquecer, e continuar procurando Nemo como se nada tivesse acontecido. Então, cansarei e cairei no sono dos justos, sem essa frescura de insônia, crise de consciência ou problemas morais.  A moral é palavra sumida, de conceito frágil e mal entendido. Poderia também fazer uma endoscopia toda semana e me dopar com consentimento médico. Poderia viver de tarjas pretas, entrar numa e ainda cobrir a nudez do meu cérebro aos olhos curiosos do mundo. Poderia naufragar numa ilha deserta e fingir que estou só. Sendo um peixe dopado não lembraria dos satélites do Google Earth, mas com certeza teria acessado o Google Maps para chegar lá. A ilha seria aquela do DiCaprio, com a plantação imensa de maconha. Mas diz o Google que aquilo tudo foi destruído pelo tsunami. Seja qual for, preciso achar um jeito e dar um lost na minha cabeça.

Um comentário:

  1. KKKKK.....Fantástico! Epa! Fantástico não!Fantástico é o nome de um programa de outro oráculo(Rede Globo).Então,é melhor escrever:Perfeito! E ficar peixe.

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